Publicado em: 28/05/2021
Pesquisadores da Secretaria de
Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo desenvolvem estudo
científico para criação de um sistema que permita a produção de novilhas
precoces, ou seja, que consigam emprenhar com até 14-15 meses, quando o normal
no Brasil é aos 24 meses. As vantagens são a redução do tempo para prenhez das
fêmeas e, consequentemente, maiores lucros aos produtores de gado de corte do
Brasil, mantendo todas as práticas preconizadas de bem-estar animal. A
tecnologia desenvolvida pela APTA Regional de Colina será entregue ao setor
produtivo neste 27 de maio, às 19h30, em live a
ser realizada no Youtube da Secretaria de Agricultura. Outras
duas lives estão programadas sobre esse assunto para que as informações sejam
transferidas aos pecuaristas.
O objetivo dos pesquisadores é que as novilhas
desmamadas aos 180 kg atinjam 300 kg com até 15 meses de idade, momento que
estariam prontas para ficarem prenhas – tempo 40% mais rápido do que a média
alcançada pelos produtores brasileiros. “O ciclo de produção mais rápido reduz
os custos da criação dos animais nas fazendas”, afirma Laura Prados,
pesquisadora que atua na APTA de Colina.
A produção precoce é alcançada com a utilização de
suplementação na alimentação dos animais. Laura explica que para os estudos
foram testados três tipos de estratégias: o confinamento dos animais e dois
níveis de suplementação diferentes.
“Pesquisas como essa são muito importantes para
toda a cadeia produtiva do agro, pois trazem soluções para problemas
enfrentados no campo pelos produtores. A tecnologia ajuda na melhor remuneração
dos produtores e traz vantagens para as indústrias frigoríficas e os
consumidores em geral”, afirma Gustavo Junqueira, Secretário de Agricultura e
Abastecimento de São Paulo.
Fêmeas
precoces para o mercado gourmet
As fêmeas que apesar de atingir o peso necessário
não conseguirem emprenhar também podem ser usadas para aumentar os lucros dos
produtores. A APTA desenvolve trabalho para engorda desses animais para um
abate precoce. Estas fêmeas que não emprenharam são mantidas em um sistema de
terminação intensiva a pasto, favorecendo a venda da carne no mercado gourmet.
Laura explica que as fêmeas têm mais facilidade
para deposição de gordura, uma característica importante para esse nicho de
mercado e possuem menos problemas de pH. “Por terem essa facilidade, podemos
engordar com suplementação as fêmeas que não emprenharam, abatendo esses
animais também jovens, com 19 meses”, afirma.
Para o mercado gourmet, alguns frigoríficos exigem
que os animais tenham no mínimo 3 mm de gordura até quatro dentes e peso acima
de 13 arrobas. “As fêmeas precoces se encaixam nessas exigências. Com isso, os
produtores conseguem agregar valor ao produto e os consumidores podem obter
carne mais macia e de melhor qualidade”, explica a pesquisadora.
APTA
Colina é o berço do boi 777
A APTA Regional
de Colina é reconhecida em todo o Brasil como o berço do Boi 777. O sistema de produção de bovinos desenvolvido na unidade
de pesquisa é adotado por produtores de gado de corte de todo Brasil, por conta
de suas vantagens econômicas. O sistema preconiza a produção de um gado de 21
arrobas em até dois anos, quando normalmente leva-se até três anos para
produzir um gado de 18 arrobas. A meta é que o animal alcance sete arrobas na
desmama, sete na recria e outras sete na engorda, daí deriva o nome “Boi 777”.
O método pode aumentar em 30% os lucros dos pecuaristas e tem revolucionado a
pecuária nacional, sendo adotado em São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul,
Tocantins, Goiás, Minas Gerais, Paraná e Rondônia – principais regiões produtoras
de gado de corte.
Fonte: Compre Rural
https://www.comprerural.com/projeto-entrega-producao-de-novilhas-em-tempo-40-mais-rapido/