Publicado em: 07/11/2021
MANEJO REDUZ ATÉ 82% DO CARRAPATO-DO-BOI SEM USO DE
QUÍMICOS
O sistema de rotação de pastagem promove um vazio sanitário
de 84 dias e durante este período as larvas dos carrapatos morrem por falta de
animais para parasitarem
Um estudo realizado pela Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária (Embrapa) realizou controle de carrapatos em bovinos sem o uso de
produtos químicos, utilizando apenas estratégias de manejo, com os animais em
pastejo em diferentes regiões.
Através de um sistema de manejo chamado de Lone Tick, resultados
iniciais apresentaram 82% na redução da população de parasitas nos rebanhos. A
técnica permite o controle da infestação do carrapato nas pastagens deixando as
larvas “solitárias” (em inglês, lone) por meio do distanciamento entre parasito
e hospedeiro.
O parasito causa o aparecimento da doença conhecida como
tristeza parasitária bovina (TPB) pelos agentes: Babesia bovis, Babesia
bigemina e Anaplasma marginale, o que pode levar os animais à morte. Caso não
seja adotado um controle pelo produtor, este sofrerá grandes prejuízos. “Não se
tem registros exatos de mortes de animais por TPB no País. É importante lembrar
que no Sul essa doença possui uma gravidade maior por ser região de
instabilidade enzoótica, que significa que os animais estão vulneráveis após o
inverno, levando a um risco de morte maior”, esclarece o pesquisador da Embrapa
Gado de Corte Renato Andreotti, ressaltando a preocupação com a qualidade dos
alimentos fornecidos pela bovinocultura.
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agroindustrial
Os testes a campo foram realizados durante um ano,
analisando o controle da infestação de carrapato Rhipicephalus microplus em
bovinos da raça Senepol. No sistema de manejo rotacionado sem uso de
acaricidas, foi identificado uma média de dez carrapatos por animal.
No sistema Lone Tick, muda-se o boi de pasto, separando o
animal do carrapato, e alternando consecutivamente o local de pastagem do
rebanho. O pesquisador conta que o tempo de uma rodada de quatro pastagens até
ao retorno à área inicial é de 112 dias. Esse manejo promove um vazio
forrageiro/sanitário de 84 dias, no local da pastagem inicial, período em que
as larvas do carrapato ficam solitárias e morrem por falta de animais no local
para se hospedar e se alimentar. “Ou seja, matamos o carrapato, sem utilizar
produtos químicos”, resume.
Os resultados se mostraram promissores no controle do de
parasitas de forma ecologicamente correta sem o uso de pesticidas, atendendo
assim, uma demanda de mercado internacional: a diminuição do uso de produtos
químicos e seus efeitos colaterais.
Fonte: Canal Rural
https://www.canalrural.com.br/noticias/manejo-reduz-ate-82-do-carrapato-do-boi-sem-uso-de-quimicos/