Em uma mês marcado pela maior demanda, preços da arroba continuam subindo no Brasil. O mercado físico do boi gordo continua registrando negociações acima das referências médias em diferentes regiões do país O mercado físico do boi gordo continua registrando negociações acima das referências médias ao longo desta semana, apontaram as consultorias que acompanham o mercado diariamente. O quadro geral ainda é de manutenção do padrão das negociações, sem grande apelo a altas mais explosivas nos preços das boiadas, mas prevalece o sentimento de otimismo para a mudança no ciclo pecuário. Neste cenário, apontam os analistas, cabe ressaltar no entanto que o mercado não está propenso a quedas. O principal ponto de sustentação ainda é a oferta restrita em muitos estados diante da condição ruim das pastagens. Por outro lado, o animal de cocho segue abaixo do esperado, tendo em vista as dificuldades encontradas pelos pecuaristas no momento de decidir fechar ou não esses animais para sistema de confinamento.

“A oferta permanecerá restrita até meados do primeiro trimestre, o que, sem dúvida, é um fator relevante para a formação dos preços no curto prazo”, afirmou o analista da Consultoria Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias. Diante dessa perspectiva, conforme já apontado aqui no Compre Rural, a expectativa é de preços firmes e com média de R$ 250/@ até meados de 2024. Segundo a Scot Consultoria, em seu boletim diário sobre o mercado do boi gordo, com a escala de boiadas feita com certa facilidade, os preços ficaram estáveis na comparação feita dia a dia. Apesar disso, negócios pontuais acima da referência foram reportados para bovinos com bom acabamento. A cotação do “boi comum” está em R$242,00/@, a da vaca em R$220,00/@ e a da novilha em R$237,00/@, preços brutos e a prazo.

O “boi China” – animal jovem abatido com até 30 meses de idade – está sendo negociado em R$250,00/@, preço bruto e a prazo. Ágio de R$8,00/@ em relação ao boi comum. Essa categoria segue com maior demanda, tendo em vista o maior apetite chinês para esta época do ano. Colaborando com essas informações, os pecuaristas informaram negociações nesta faixa de preço no app da Agrobrazil, que acompanha o mercado em tempo real e é um dos parceiros do Compre Rural. Como exemplo, o pecuarista de Barretos, interior de São Paulo, negociou seus animais por R$ 250,00/@ com pagamento à vista e abate programado para o dia 05 de janeiro. Veja a imagem abaixo com os detalhes dessa negociação.



A primeira dezena deste mês foi marcada por uma demanda robusta pela carne bovina, devido ao recebimento de salários, décimo terceiro e outros benefícios sociais, relata a Agrifatto. Neste momento, continua a consultoria, o mercado registra uma maior dificuldade no escoamento interno da proteína. “Contudo, uma recuperação consistente, tanto em volume quanto em preço, é esperada a partir de 20 de dezembro”, acreditam os analistas da Agrifatto, referindo-se ao período das tradicionais comemorações de fim de ano.

Os preços do boi gordo estão firmes nas praças acompanhadas pelo Cepea. Na parcial de dezembro (até o dia 12), o Indicador CEPEA/B3 acumulava alta de 4,6%. Segundo pesquisadores do Cepea, o suporte está atrelado à necessidade de garantir escalas por parte de alguns frigoríficos, sobretudo neste final de ano, quando muitos pecuaristas tendem a reduzir o ritmo de vendas. As exportações de carne bovina in natura também estão aquecidas: fecharam a segunda semana de dezembro somando 64,87 mil toneladas, com embarque médio diário de 10,81 mil toneladas, 55,75% superior ao de dezembro/22, de acordo com a Secex.

Em relação aos abates de bovinos no Brasil, o número de 2023 é o maior dos últimos nove anos – 24,64 milhões de animais de janeiro a setembro –, e a participação de fêmeas (vacas adultas e novilhas) chama a atenção: 42,3% do total, conforme dados do IBGE (Instituto Brasileiro e Geografia e Estatística). Giro da arroba pelo Brasil Em São Paulo, Capital, a referência média para a arroba do boi ficou em R$ 245. Já em Goiânia, Goiás, a indicação foi de R$ 242 para a arroba do boi gordo. Em Uberaba (MG), a arroba teve preço de R$ 245. Já em Dourados (MS), a arroba teve preço de R$ 232. Em Cuiabá, a arroba ficou indicada em R$ 207. Boi no mercado atacadista O mercado atacadista apresenta alta dos preços ao longo da quarta-feira. Segundo Iglesias, o ambiente de negócios ainda sugere a continuidade deste movimento no curto prazo. A alta tem se concentrado nos cortes do traseiro, que tipicamente possuem maior valor agregado.

“Importante mencionar que o perfil da demanda muda completamente ao longo do primeiro trimestre; com a descapitalização da população, o alvo prioritário serão proteínas de menor valor agregado”, assinalou Iglesias. O quarto traseiro apresentou alta de R$ 0,25 e foi precificado a R$ 19,95 por quilo. O quarto dianteiro permanece no patamar de R$ 13 por quilo. Por sua vez, a ponta de agulha segue precificada a R$ 13,10 por quilo.