Publicado em: 14/05/2021
O mercado físico de boi gordo
registrou preços de estáveis a mais altos nesta quinta-feira, 13. O mercado
apresentou bom ritmo de negócios no decorrer da semana. A queda de braço
travada entre os players do mercado ajuda a sustentar os atuais patamares de preços
da arroba que, com tensão, voltou ao patamar de R$ 315,00/@.
Os frigoríficos estão tentando
pressionar os pecuaristas, mas continuam a trabalhar com um terço da sua
capacidade de abate. Com as pastagens
desgastadas por conta da prolongada estiagem, a capacidade de retenção por
parte do pecuarista foi bastante reduzida, mas também não há grandes
lotes para serem negociados.
Segundo
os dados divulgados pela Scot Consultoria, as cotações do boi e da vaca gordos
mantiveram-se estáveis na comparação diária, negociados em R$ 306,00/@ e
R$284,00/@, respectivamente, preços brutos e a prazo. Para
a novilha gorda, queda de R$2,00/@, apregoada em R$298,00/@ nas mesmas
condições.
Em São
Paulo, o valor médio para o animal terminado chegou a R$ 307,37@, na quinta-feira
(13/05), conforme dados informados no aplicativo da
Agrobrazil. Já a praça de Goiás teve média de R$
284,87/@, seguido por Mato Grosso Sul com valor de R$ 289,00/@.
Já o Indicador
do Cepea voltou a ter grande valorização, na casa de
4,21%, fazendo com que os preços tivessem um salto de R$ 307,70/@ para o
patamar de R$ 311,85/@. O ágio para os animais que atendem o
padrão exportação, o Boi China, chegam a R$ 10,00/@ em relação ao boi comum,
Ainda segundo o app, observa-se que o volume das
negociações reduziram e que as indústrias já compram animais para preencher
escala de 4 dias úteis, conforme imagem abaixo. Os preços nas praças paulistas, onde as
indústrias ofertam menos pelo boi gordo, os valores segue entre R$ 305,00 a R$
3105,00/@.
Mercado terá mudanças
Para o
início da entressafra, a expectativa é de maior propensão a reajustes, em linha
com a potencial redução do confinamento de primeiro giro, resultado da
forte elevação dos custos pecuários no decorrer de 2021.
O
analista Hyberville Neto, da Scot, prevê, no curto prazo, um cenário
relativamente confortável – ao menos frente aos últimos meses – de compra de
gado pelas indústrias brasileiras.
“Após esse período de final de safra, a tendência é
que tenhamos uma lacuna na oferta de gado até a chegada de um volume maior de
confinamento”, avalia
Neto, acrescentando que, “se a demanda chinesa acelerar e o
dólar ajudar, é provável que o mercado do boi gordo ganhe força em algumas
semanas”.
Queda de braço
Na
avaliação da IHS Markit, a redução da capacidade diária de abate, visando
reescalonamento de lotes, permitiu maior fôlego para unidades frigoríficas do
País.
No
entanto, informa a consultoria, há diversos relatos de indústrias que
operam atualmente com margens negativas, mesmo com os novos
patamares de preços da arroba, levemente abaixo das máximas.
“Frigoríficos exportadores também indicam que as
vendas internacionais de carne bovina não são suficientes para manter a
rentabilidade das operações”, relata
a IHS.
Do lado
de dentro da porteira, os pecuaristas seguem focados em driblar os altos custos
de reposição e da ração, sobretudo as fazendas de menor porte, que têm baixo
poder de barganha na compra de insumos e não atuam com integração
lavoura-pecuária.
Atacado
No
mercado atacadista, os preços da carne bovina se estabilizaram após as quedas
registradas nesta quarta. Conforme Iglesias, para a segunda quinzena do
mês a expectativa é de continuidade do movimento de recuo nos preços, em
linha com a reposição mais lenta entre atacado e varejo em um período de menor
consumo.
A
predileção do consumidor médio ainda recai por proteínas mais acessíveis, a
exemplo dos cortes do dianteiro bovino e principalmente a carne de
frango, a mais acessível dentre as proteínas mais consumidas no Brasil.
Com isso, o corte traseiro teve preço de R$ 20,35 o quilo. O corte dianteiro teve preço de R$ 17,35 o quilo, e a ponta de agulha permaneceu em R$ 17,35 o quilo.
https://www.comprerural.com/arroba-volta-a-r-315-com-apoio-no-boi-china-pra-cima/