Publicado em: 03/06/2021
O mercado físico de boi gordo registrou preços de
estáveis a mais altos nesta quarta-feira, 02, apoiado em um novo “apagão” da
oferta de animais terminados para composição das escalas de abate. Além disso, é preciso
pautar que o feriado prolongado e a entrada da massa salarial acabam impactando
positivamente no consumo interno, trazendo boas perspectivas de alta nos preços
da arroba!
“O
feriado de Corpus Christi tende a quebrar o ritmo das negociações,
acrescentando uma nova dificuldade na composição das escalas de abate dos
frigoríficos”, diz o analista de Safras & Mercado, Fernando Henrique
Iglesias.
Segundo os dados da Scot
Consultoria, as indústrias frigoríficas amanheceram pagando mais pela vaca e
novilha gordas nas praças paulistas.
Com isso, o boi gordo está sendo negociado em
R$312,00/@, preço bruto e a prazo. A vaca e novilha gordas estão apregoadas em
R$290,00/@ e R$302,00/@, respectivamente, nas mesmas condições, alta de
R$1,00/@ para ambas as categorias, na comparação feita dia a dia.
Em São Paulo, o valor médio para o animal terminado
chegou a R$ 311,87@, na quarta-feira (02/06), conforme dados informados no aplicativo
da Agrobrazil. Já a praça de Goiás teve média de R$
303,09/@, seguido por Mato Grosso Sul com valor de R$ 305,33/@.
O ágio do boi gordo destinado ao
mercado externo pode chegar a R$10,00/@, a depender da praça e qualidade do
lote. Já o Indicador do Cepea, voltou a apresentar
desvalorização de 5,02% e fechou apregoado em R$ 307,90, mais uma vez na
contramão do mercado!
Foi o terceiro dia consecutivo de
recuos do indicador, porém, as consultorias especializadas seguem registrando
preços firmes. Portanto, as quedas mostradas pelo Cepea tendem a ser
passageiras e podem simplesmente ter refletido algumas condições de mercado
específicas para esses dias.
As altas mais
consistentes foram observadas nos estados do Mato Grosso do Sul e também em
Goiás, com as médias ultrapassando o valor de R$ 305,00/@ para as regiões!
Mercado Futuro
Na B3, os contratos futuros do boi gordo mostraram
comportamento parecido com o indicador do Cepea e recuaram em toda a curva. O
vencimento para junho passou de R$ 323,60 para R$ 321,55 e o para outubro foi
de R$ 339,55 para R$ 336,55 por arroba.
Exportação
Até a quarta semana de maio, o desempenho da
exportação de carne bovina esteve menor frente maio/20. A média diária
embarcada ficou em seis mil toneladas, queda de 22,1%. Já o preço da tonelada
FOB comercializada ficou 12,3% maior.
Feriado e aumento do consumo interno
Em clima de feriado, as vendas animaram os
atacadistas e varejistas. Pedidos de entrega de carne para abastecer o comércio
aqueceram o mercado para a primeira quinzena do mês. Porém, os preços podem
chegar um pouco mais onerosos no balcão do varejo, devido à baixa oferta de
produtos, o que vai na contramão do ainda fraco poder aquisitivo dos
consumidores.
Em relação à demanda doméstica de carne bovina, é estimado um avanço mais consistente da atividade econômica ao longo do segundo semestre, considerando o avanço da vacinação como um fator preponderante para isso. As exportações permanecerão em bom nível, com a China ainda absorvendo importante volume de proteína animal brasileira.